terça-feira, 8 de julho de 2008

Governo Costa e Silva

"Costa e Silva era um homem inteligentíssimo, de um QI altíssimo. Sempre foi o primeiro da turma e surrou Castelo em todos os cursos que fizeram juntos".

Coronel Hernani D'Aguiar



O grupo Castelista não conseguiu eleger um sucessor. O General linha-dura Arthur da Costa e Silva foi eleito Presidente. Para vice Pedro Aleixo, um civil udenista mineiro. Ambos foram empossados em Março de 67.
Costa e Silva havia sido Ministro da Guerra de Castelo Branco. Fizera uma carreira militar sólida, fora treinado nos EUA, chegou até a comandar o IV Exército nos tensos anos de 61 e 62.
Descontentes com a política Castelista de aproximação com os EUA e de facilidades concedidas aos capitalistas estrangeiros, a linha-dura e os nacionalistas autoritários das Forças Armadas concentravam suas esperanças em Costa e Silva. Devemos ressaltar que não havia muitas divergências entre os linha-duras e os nacionalistas, cogitava-se até a junção dessas duas orientações.
Costa e Silva cortou o grupo de Castelo Branco já na escolha dos ministérios, não deixando permanecer um só nome da gestão anterior.
A maioria dos ministros escolhidos eram de militares, apenas os Ministérios da Fazenda e do Planejamento foram entregues a civis. O primeiro a Delfim Neto, que havia sido Secretário da Fazenda de São Paulo, e o segundo para Hélio Beltrão.
Ao contrário do que se imaginava, Costa e Silva não foi um modelo de General Linha-dura no poder. "Levando em conta as pressões existentes na sociedade, estabeleceu pontes com a oposição moderada e tratou de ouvir os discordantes." Ao mesmo tempo, Costa e Silva incentivava as organizações sindicais e o surgimento de uma liderança em que se pudesse confiar dentro dos próprios sindicatos.
Essa liberdade restrita, porém é abalada por uma onda de protestos que s espalha por todo o país logo no início de seu governo. A radicalização da oposição é diretamente proporcional ao aumento do autoritarismo e da repressão.


Dentre as realizações desse governo podemos citar:
1. Criação do FUNAI - Fundo Nacional do Índio.
2. Criação do Mobral - Movimento Brasileiro de Alfabetização - Extinto em 1981.
3. Transformação de 68 municípios em áreas de segurança nacional (incluindo as principais capitais). Seus prefeitos passaram a ser nomeados pelo Presidente.
4. Ampliação de empresas estatais (Petrobrás / Vale do Rio Doce) com o capital estrangeiro.
5. Investimento em grandes projetos (Hidrelétricas de Volta Redonda e de Ilha Solteira).
6. Extinção da Frente Ampla.
7. Instituição do AI-5.

Patrícia Torricilia

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