terça-feira, 8 de julho de 2008

Ofensiva Teth

Desde 1965, a pretexto do incidente do Golfo de Tonquim (que se provou falso), o presidente norte-americano Lyndon Johnson ordenara o sistemático bombardeio do Vietnã no Norte, bem como o desembarque, no Vietnã do Sul, de um reforço de mais de 300 mil soldados para evitar uma possível vitória dos vietcongs (guerrilheiros comunistas que combatiam o governo sul-vietnamita que era pró-americano). Os Estados Unidos entravam cada vez mais a fundo na Guerra do Vietnã.
No dia 30 de janeiro, na celebração de Teth, o ano novo vietnamita, os vietcongs, num ataque relâmpago surpresa, tomaram 38 cidades sul-vietnamitas, entre elas Hue e Saigon (aonde chegaram a ocupar a embaixada dos EUA), provocando uma derrota tática nas forças armadas norte-americanas. Apesar de terem perdido 30 mil homens na operação, os vietcongs provaram serem capazes de frustrar as expectativas de uma vitória americana.
A partir de então, a crescente oposição à guerra dentro dos Estados Unidos tornou-se praticamente uma insurreição da juventude, a violência dos bombardeios sobre a população civil vietnamita, composta por aldeões paupérrimos, há era motivo de desconfiança em relação à intervenção no sudeste de Ásia. A mídia americana mostrava repetidamente cenas de combates e dos sofrimentos dos soldados e dos civis e somado a isso, era visível a falta de perspectiva para a solução do conflito, foi ai que começou a surgir um sentimento de não aceitação de que a maior potencia do mundo atacasse um pequeno país de terceiro mundo sem motivo, causa ou circunstância relevante.
A ofensiva de Teth repercutiu de maneira negativa para o governo norte-americano, uma vez que, como os Estados Unidos representavam a Lei e a Ordem mundial no pós-guerra, era natural que todas as instituições por ele garantidas ou a ele associadas passassem a ser questionadas.

Um comentário:

Fabiano - Barricada Vermelha disse...

Interessante este texto. Ele mostra não a guerra como um todo, mas mais um detalhe desse sangrento conflito, e com aparente imparcialidade no julgamento dos fatos, o que de fato, contribui para a formação da opinião das pessoas. "Ano do Teth", o ano do macaco, marcou uma ofensiva decisiva para firmar territórios entre os Kongs e os estadunidenses. Um detalhe importantissimo para compreender por que a maior potencia (nuclear) da época se retirou, em 1975, dando tiros para trás, mas com o rabo entre as pernas.